Novos vinhos, mais modernos e elegantes surgem nesta tradicional Região Vitivinícola de Portugal.
Em um passado distante, todas as importações de vinhos de Portugal que chegavam ao Brasil eram assim classificadas: Vinhos do Porto e Vinhos de Lisboa. Entenda-se aqui nestas referencias os portos de origem de embarque desses vinhos. Os vinhos de Lisboa eram os tintos e os brancos maduros e um pouco de Moscateis que vinham de Setúbal. A grande maioria dos vinhos chamados de Lisboa que aqui chegaram a partir de 1808 era oriunda da antiga Região vitivinícola conhecida como Ribatejo e da Estremadura.
Com o boom de modernidade que os vinhos de Portugal sofreram a partir da década de 80 do século passado, muitas coisas na área dos vinhos foram reformuladas para melhor, a fim de expor um Portugal mais moderno e dinâmico no concorrido mundo dos vinhos. Assim, em 1996 é criada a Comissão Vitivinícola Regional do Ribatejo, que depois passou a chamar-se só Tejo, visto que o acidente geográfico o Rio Tejo é mais conhecido, portanto de fácil compreensão nas línguas não lusófonas.
A Região do Tejo tem 17 mil Há de vinhas cultivadas, produzem aproximadamente 603 mil hectolitros, sendo 90% de vinhos IGP – Indicação Geográfica Protegida e 10% de vinhos DOP – Denominação de Origem Protegida. Atualmente 80 vinícolas se ocupam da produção e da comercialização de seus vinhos.
Esta região, banhada pelo Rio Tejo, tem características únicas em Portugal com três zonas distintas de produção que são: Bairro, Campo e Charneca. Na região do Bairro a predominância do solo argilo-calcário favorece a cultura das castas brancas, na região do Campo, próxima às margens do rio Tejo, onde ocorrem constantes alagamentos o solo é mais fértil, esta é uma zona de excelência para os vinhos brancos, a ultima zona, a Charneca, localizada na margem esquerda do Tejo o solo é arenoso e pobre, aqui os vinhos tintos são a maioria.
Esta região do Tejo tem sido um excelente laboratório de ensaio para o cultivo de castas não portuguesas. Encontramos muitos campos com as uvas Syrah, Alicante Bouchet, Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc, Merlot, Viognier e Chardonnay. No caso das tradicionais castas de Portugal, Touriga Nacional, Trincadeira e Castelão tem presença marcante no tocante aos vinhos tintos e roses, já nos vinhos brancos a Arinto, Verdelho, Fernão Pires e agora alguns Alvarinhos já fazem boa presença.
Esta belíssima região no coração de Portugal, além de oferecer vinhos de alta qualidade, dispõem de um cenário natural de uma beleza sem igual, com rio do Tejo sendo a sua grande estrela, e também “A reserva natural do estuário do Tejo”. O estuário do rio Tejo é a maior zona úmida do país e uma das mais importantes da Europa, um santuário para peixes, moluscos, crustáceos e, sobretudo, para aves, que nele se detém quando de sua migração entre o Norte da Europa e a África.